sexta-feira, 3 de junho de 2011

Case do Peixe Urbano

Muito boa a experiência de escutar na tarde desta quinta-feira 02/06, o depoimento do Júlio Vasconcellos, fundador do Peixe Urbano. Após concluir o MBA em Stanford, berço do Vale do Silício, Júlio veio para o Brasil montar uma empresa de compras coletivas no início de 2010.
Em março daquele ano a empresa estreou na internet e hoje conta com uma base de 10 milhões de usuários/clientes cadastrados e uma jovem atuação  internacional. Apenas em Natal/RN já foram mais de 200 mil cupons vendidos.
Até ai tudo bem, mais uma história sucesso de jovens estudantes empreendedores sortudos na Internet. Mas essa não é bem a realidade, constatei na apresentação do Júlio que existiram algumas decisões chave para o grande sucesso desta empresa. Sim, isso porque a compra coletiva não foi uma novidade do Peixe Urbano, esse formato de negócio já acontecia pelo mundo desde 2006, ou talvez até antes. A compra coletiva do Peixe Urbano não foi inovação nem mesmo no Brasil. Para exemplificar, ainda em 2007 lançamos um site de compras coletivas o www.Tuangr.com.Br na empresa
em que faço parte. Mesmo com muito esforço, dedicação e mídia, a idéia não decolou. Alheio ao porquê, tento entender quais os fatores chave para o sucesso do Peixe Urbano. Após escutar o Júlio Vasconcellos, pude chegar às seguintes conclusões:
Ao chegar no Brasil com a idéia, Júlio bateu a porta de muitos negócios, convidando para que disponibilizasem ofertas da qual ele levaria comissão sobre as vendas. Entretanto poucos acreditavam no negócio e acabavam por não fechar. Inconformado, sua decisão chave foi
convidar para sócio um amigo com grande experiência no comercial da Microsoft.
Para desenvolver o site e diante do orçamento ínfimo, convidou para sócio um terceiro amigo com grande capacidade técnica. A decisão chave foi chamar para sócio. Ele disse não acreditar em fundação de startUp ou novas ideias sem que os principais envolvidos sejam sócios.
No final de 2010 a empresa já voava em céu de brigadeiro com um faturamento estrondoso, mas com uma enormidade de sites de compras
coletivas sendo lançados nos quatro cantos do país. Penso que neste momento sua decisão chave foi convidar para sócio o bom moço e agora garoto propaganda Luciano Huck.

Aliado a tudo isso, entendo que o peixe urbano chegou com a compra coletiva no lugar certo na hora certa. Em 2007 poucos Brasileiros
compravam costumeiramente pela internet. realidade bem diferente de 2010.
Outra abordagem interessante foi buscar ofertas de interesse de todos, e baratas, a exemplo de bons restaurantes e bons hotéis.
Outra abordagem interessante foi buscar anunciantes reconhecidos por sua qualidade e negociar com eles preços muito atrativos.

Por fim, a abordagem usada pelo Peixe Urbano não consiste efetivamente de compra em grupo, mas sim de marketing e conquista de novos clientes através das compras coletivas. Mas qual a diferença entre os dois? A primeira abordagem é uma velha conhecidas de todos nós , onde se juntarmos 10 ou 20 clientes poderíamos ganhar um desconto de até 20%. Já o apelo da compra coletiva tem sido um pouco diferente, neste formato a empresa que oferece o desconto, na realidade está trocando uma CARA campanha de marketing na mídia tradicional por uma campanha de compra coletiva, onde se deve baixar o valor de um produto ou serviço em pelo menos 50% e ainda assim deixar uma comissão  média de 40% para o site. O que não parece tanto quando vemos que uma campanha de marketing de um mês na filiada Globo local custa  pelo menos R$60 mil. A diferença básica é que a compra coletiva efetivamente coloca centenas de clientes dentro do negócio. Pena que quando estamos desfrutando da oferta, alguns desconhecem o conceito fundamental de marketing e acabam por discriminar  o cliente da compra coletiva que custou tão caro e que poderia representar uma nova fidelização.

Artigo escrito via IPAD aqui da platéia do evento "A Arte do Sucesso", muito bem promovido pelo FCDL/RN.